No rescaldo do Dia Mundial da Pessoa com Deficiência (ontem, dia 3 Dez.) pensei em publicar mais um caso de desrespeito pela acessibilidade, infelizmente, cada vez mais comum nas nossas cidades. Como podem avaliar, pela imagem, o painel lateral desta paragem de autocarro ocupa quase a totalidade do passeio deixando apenas, aproximadamente, 60cm de largura livre até à berma. Uma pessoa, circulando a pé, tem dificuldade em passar sem meter os pés na estrada mas, de cadeira de rodas não conseguirá passar ali. Cada vez que faço aquele percurso (entre a estação de comboios de Santos e a Av. D. Carlos I, em Lisboa, penso na estupidez de quem plantou ali aquele equipamento e na nossa, que nos calamos perante estas vergonhas. Podem argumentar que aquele painel tem a função de proteger os utentes dos agentes climatéricos. Eu até posso aceitar o argumento mas, pergunto, porque não colocam um painel menor nos passeios estreitos? E respondo, logo de seguida, porque assim não caberiam lá os cartazes publicitários… Pois é… para dar “passagem” à publicidade (e aos euros que movimenta) impede-se a passagem ás pessoas com deficiência.
Assim vai a vida em Portugal!...
3 comentários:
:) Também passo aí todos os dias, e realmente é apertado.
Já para não falar que é necessário olhar para trás para ver se vem algum autocarro ou eléctrico antes de passar ao lado da paragem. Caso contrário corremos o risco de ser abalroados só para nos desviarmos do placar publicitário.
Já lá apanhei valentes sustos...
Tás a brincar?
Nem a pessoa SEM deficiência consegue orientar-se tranquilamente pelos passeios públicos, imagina então quem tem limitações!
Foste logo buscar um dos melhores exemplos citadinos: as paragens de autocarro da carris! São uma bosta, até para quem tem bons olhos, boas pernas, boas mãos... tapam o trânsito! Chove no interior, estão sempre molhadas no inverno, deixam o vento passar, e obrigam-te a estar de pé esteja que tempo estiver. Ora porque não dá para sentar no charco, ora porque sentado não vês o transporte a aproximar-se e este ainda passa sem parar e perdes-o!
Se o post é de 2006, estamos em 2009, vai lá ver o que mudou...
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