Esta questão foi o tema central de uma discussão, a propósito de um pedido de revisão de nota de um trabalho académico de Ergonomia no Design de Produto. Em debate estavam duas versões distintas deste problema.
Claro que este é tema pode cair rapidamente nas teias do subjectivo porque, como diz o ditado: “gostos não se discutem… mas adiante. Sem querer discutir, aqui, aquela avaliação em particular, gostava antes de discutir o cerne da questão: qual o peso do factor estético na qualidade do produto?
Está bem documentado, por diversos autores, o fenómeno da interacção entre a usabilidade e a atracção (entenda-se como qualidade estética, noção de belo) atribuídas a um produto. Em inglês - "aesthetic-usability effect". Na prática, este efeito faz as pessoas atribuírem maior usabilidade aos produtos que consideram bonitos, mesmo que isso seja falso. Ou seja, os produtos atraentes são avaliados como sendo mais fáceis de usar e vice-versa. Inclusivamente, as falhas e os defeitos desses produtos atraentes são consideradas irrelevantes ou toleráveis. Naturalmente, as pessoas demonstram mais paciência, tolerância, fidelidade, motivação e empenho durante o uso dos produtos que lhe agradam. Assim, com esta predisposição para uma avaliação positiva, o rigor da percepção da qualidade do produto fica enviesada e comprometida.
Exemplos típicos desta dualidade são alguns dos telemóveis da Motorola, que apresentam péssima usabilidade (ver artigo do Ivo Gomes) mas que são muito procurados pelo seu design atraente ou, o site http://www.useit.com/, que respeita todas as regras da boa usabilidade mas desagrada (esteticamente falando) à maioria das pessoas que o consulta.
Boulton, Mark (2005), Journal, Aesthetic-Usability Effect,
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