A evolução tecnológica tem impulsionado o aumento da complexidade da maioria dos produtos. Mas atenção, não se deve confundir complexidade com complicação ou dificuldade. Aliás, a complicação é um dos factores mais negativos na avaliação da qualidade de um produto. Tomemos, como exemplo, um vulgar telefone móvel. Anteriormente ele só fazia chamadas de voz, hoje ele manda SMS, tira fotografias, faz vídeos, é leitor de mp3 e rádio FM, consola de jogos, terminal de acesso à Internet, agenda, processador de texto, calculadora, navegador por GPS e mais uma interminável lista de funções, tudo num aparelho pequenote mas, cujo uso, não deve ser de dificuldade elevada. No entanto, apesar de complexo, não deve ser complicado de usar. Esta realidade tem uma consequência directa sobre o trabalho do designer: aumenta, incomensuravelmente, a dificuldade da fase conceptual do projecto. Pois, sabemos que é na fase conceptual que são tomadas a maioria das decisões relativas ao produto. Para que o projecto chegue a bom porto, o designer tem que se socorrer de métodos, técnicas ou simples ferramentas que o ajudem a prever e a analisar a interacção entre o Homem e o produto. Para isso, nada melhor do que se aliar à Ergonomia. Entre muitas outras vantagens, a Ergonomia pode ajudar a incorporar, no processo de design, uma rotina de avaliação do produto que é essencial ao decorrer do projecto. O designer deve antever e avaliar a interacção do utilizador com o produto a conceber recorrendo à investigação, à análise de produtos similares/concorrentes, à análise do produto ou sistema alvo, ou à análise de produtos simulados/virtuais. Na realidade, o mais importante é que faça mesmo avaliações do produto/uso, desde as fases embrionárias do processo de concepção até ao fim e não apenas no fim, como defendem algumas metodologias do design. A lista de técnicas e métodos de avaliação mais comuns é extensa e a sua escolha deverá ser feita em função da natureza do projecto. Estas são as opções, mais comuns, que estão ao dispor dos designers, para a avaliação da interacção:
> ferramentas:
1) Simulação (computorizada ou Realidade Virtual);
2) Avaliação de maquetas não funcionais;
3) Avaliação de protótipos funcionais.
> métodos e técnicas:
4) Check-lists;
5) Focus-group;
6) Entrevistas com utilizadores;
7) Técnicas de observação;
8) Análise de protocolo;
9) Análise da tarefa.
Após este breve enquadramento inicio, com este post, uma série de pequenos textos que visam, de forma concisa, expor cada uma destas possibilidades de avaliação ao dispor dos designers. Não é minha intenção fazer uma abordagem exaustiva de cada uma delas. O objectivo é apenas divulgar este conhecimento, alertando os designers para a necessidade, vantagens e limitações da avaliação da interacção. Muitos outros aspectos essenciais, relativos aos métodos, técnicas e ferramentas aqui indicados, serão necessários para habilitar o uso correcto destes procedimentos, pelo que, recomendo a realização de uma cuidada revisão da literatura sobre esta temática.
Continua…
2 comentários:
Excelentes conteúdos... obrigada pela divulgação/ informação de matérias tão pertinentes.
ttttt
Obrigada :)
Enviar um comentário