20 de maio de 2008

Como proteger o utilizador?


Estou constantemente a ouvir a pergunta: este produto é ergonómico?

Muitos dos alunos de design ambicionam conceber produtos que possam ser classificados como “ergonómicos”. Isto porque sabem que, esses produtos, possuirão maiores garantias de usabilidade, acessibilidade, conforto e segurança para o utilizador. Porém, esta é uma questão traiçoeira de responder.


A minha resposta típica, a tal questão, será: depende!


Vejamos porquê.


Quase todos os produtos podem ser “ergonómicos”. Mas, serão “ergonómicos” se permitirem optimizar a interacção e se, se ajustarem a determinado utilizador, desempenhando a tarefa, num envolvimento determinado. Ou seja, tal “classificação” será sempre atribuível após uma análise que envolve um utilizador e uma situação específicos. Isto significa que um determinado produto poderá não ser adequado a múltiplos utilizadores e a diversos contextos de uso. E, como sabemos, os produtos nem sempre são usados nos contextos previstos e pelos utilizadores-alvo, inicialmente indicados. Até porque, essa previsão é praticamente impossível de fazer.


Bom, perante esta dificuldade, o que podemos fazer para garantir a segurança do utilizador?


Existe uma estratégia geral de segurança que contêm 3 grandes níveis:


1) Eliminar o perigo através do design: isto é, conceber o produto para que não se mantenha qualquer risco para o utilizador. Porém, isto nem sempre é possível. Por exemplo, não é possível eliminar o risco no uso de uma faca. Então, nestes casos, passamos para a etapa seguinte…


2) Colocar uma barreira entre o utilizador e o perigo: desta forma, podemos garantir, na maior parte dos casos, que não há risco para o utilizador. Um bom exemplo desta medida de protecção é a rede que isola partes móveis das máquinas. Contudo, mesmo assim, porque o ser Humano é muito versátil e gosta de arriscar, nem sempre isto impede o acidente. Nesse caso, só nos resta uma medida…


3) Colocar avisos: o utilizador deve possuir informação suficiente, sobre o perigo e sobre as consequências que podem advir de um uso desajustado, para tomar a decisão (relativa ao comportamento a adoptar) informada e consciente. No entanto, esta estratégia não deve ser invertida. Claro está que, pessoas menos escrupulosas optam por colocar avisos, em vez de investir nas outras opções. Naturalmente, isso é muito menos dispendioso. Estamos a falar de um pedacinho de vinil impresso... Mas, também é muito menos ético.


Sobre os avisos falamos mais no “post” de amanhã…



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