OS ANTEPASSADOS
Pode ser difícil de imaginar, mas a origem da publicidade remonta a tempos tão longínquos como a da escrita. Na antiga Mesopotâmia, as vitórias dos grandes reis eram frequentemente publicitadas por todo o território, através de inscrições nas fachadas dos templos com relatos dos seus feitos. No entanto, os primeiros indícios de genuína publicidade comercial encontram-se na época clássica romana, com sinalética anunciando espectáculos da mais variada espécie.
A tabuleta, instrumento fundamental da publicidade e antepassado do cartaz, floresceu depois da Idade Média, evoluindo para formas elaboradas e verdadeiramente artísticas, penduradas no exterior das lojas. Estas tabuletas eram herdeiras directas dos estandartes, escudos e brasões de armas usados séculos antes em tempos medievais.
A revolução deu-se com a invenção da tipografia. Assim, no século XV surgem as primeiras "folhas volantes", daqui surgindo a popular denominação inglesa "flyer".
O PRIMEIRO CARTAZ?
O primeiro cartaz de que há memória foi impresso em Paris no ano de 1482 e era de carácter religioso. Desde essa altura até meados do século XIX, não se verificaram alterações significativas, dado que os anúncios recorriam fundamentalmente a texto corrido, sem técnicas gráficas apuradas.
Com o advento da litografia a cores, na segunda metade do século XIX, abrem-se novas possibilidades. Artistas plásticos de renome, como Jules Chéret e Alphonse Mucha, exploraram bastante este suporte, definindo as primeiras regras de paginação e tipografia. Jules Chéret é de facto considerado o pai do cartaz moderno.
DOCE BOÉMIA DE PARIS
No entanto, um dos nomes mais influentes deste período é o de Toulouse-Lautrec. Boémio incurável, o tema principal das suas pinturas era a vida noturna parisiense. Não tardou muito para que as suas composições dinâmicas, de traço satírico e arrojado uso da cor, dessem nas vistas, ficando famoso o seu primeiro trabalho para o célebre cabaré "Moulin Rouge", do qual era frequentador assíduo.
Apesar de polarizador de opiniões, Toulouse-Lautrec revolucionou o design gráfico dos cartazes, definindo o estilo que seria conhecido como Arte Nova.
O ETERNO RESISTENTE
Depois da Primeira Guerra Mundial, a publicidade entrou na sua idade adulta e, apesar do aparecimento de novos suportes, como o néon, o cinema, a rádio, a televisão e, mais recentemente, a Internet, o cartaz nunca perdeu o seu lugar de destaque como ferramenta publicitária. Sobrevive porque é capaz de reflectir e adaptar-se a diferentes correntes artísticas, políticas ou sociais.
3 comentários:
Muito interessante.
Gostei bastante deste texto.
Sou grande admiradora dos cartazes do Toulouse-Lautrec...
Um dos pais do design gráfico!
:)
Realmente o texto é interessante.. É pena é não ter a fonte! Gostava de saber..
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