11 de setembro de 2008

da savana para a cidade_ a evolução do cérebro


Serão os carros “mascaradados” de animais capazes reduzir a sinistralidade!?!?

Esta hipótese levantada pelo Wired science blog, ainda que algo humorística, resulta das conclusões obtidas pelo neuro cientista Joshua New, da Yale University, num estudo publicado no Proceedings of the National Academy of Sciences.

Ao que parece, o facto de termos milhões de anos de evolução junto dos animais tornou-nos especialmente atentos aos seus movimentos. Este facto aplica-se, inclusivamente, aos indivíduos que habitaram toda a sua vida em zonas urbanas e que raramente convivem com animais vivos, no seu habitat real.

O estudo de New testou uma teoria proposta originalmente por Leda Cosmides e John Tooby da University of California, Santa Barbara, que propunha a hipótese de o cérebro humano ter evoluído como uma máquina orientada para a resolução de problemas. Nesse sentido, algumas tarefas, de tão importantes e universais que eram para os humanos, acabaram por desenvolver “módulos” especiais no cérebro, encarregues de lidar com elas.

De forma sintetizada, o protocolo usado por New, consistiu na exibição de pares de fotografias a diversos participantes voluntários. Essas fotos continham um ou mais objectos de diversas categorias. As fotos eram idênticas mas, a orientação dos objectos era diferente. Em alguns casos o objecto tinha sido removido. A tarefa dos participantes era determinar a existência de diferenças. Naturalmente, tal como esperado, os participantes detectavam, com maior facilidade, alterações em objectos que se movem habitualmente (ex. pessoas e animais) do que a outros normalmente estáticos (ex. plantas, rochas). A questão fundamental é se esse comportamento é adquirido ou inato? Para saber isso, New introduziu uma nova categoria de objectos com mobilidade, que os participantes haviam aprendido nos tempos mais recentes, os veículos motorizados. Os resultados foram interessantes: 100% dos voluntários detectaram alterações nos elefantes mas, apenas 72% detectaram movimento numa minivan ou num arbusto. Isto, apesar da foto da minivan ser maior e estar pintada de encarnado. Este facto sugere a existência de um módulo cerebral dedicado a dar atenção aos animais.

Daí... talvez os carros zebra possam surtir efeito e dar nas vistas!!!... quem sabe?!?!

Referência:
New, J., Cosmides, L., & Tooby, J. (2007). Category-specific attention for animals reflects ancestral priorities not expertise. Proceedings of the National Academy of Sciences, 104, 16598-16603. PDF reprint.
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