1 de novembro de 2005

O dia que mudou Lisboa

Faz hoje 250 anos que ocorreu o Terramoto de Lisboa (1 de Novembro de 1755). Não é uma data que mereça ser festejada, ou que devesse ser feriado nacional, mas pela sua dimensão e significado merece ser recordada porque este dia acabou por ser, de forma trágica e cruel, um factor de progresso. A Lisboa pombalina transformou-se na cidade mais moderna da época.
Calcula-se que o terramoto tenha destruído um décimo das casas da cidade, o tsunami terá entrado cerca de 250 metros dentro de terra e o incêndio, que se seguiu, queimou bairros inteiros. Enquanto o rei e a corte “acampavam” no Real Abarracamento, o Marquês de Pombal, de nome Sebastião José de Carvalho e Melo liderou a reconstrução da cidade ainda nesse ano. Livraram-se, rapidamente, dos mortos enterrando-os, ou lançando-os ao mar e começaram a cuidar dos vivos. A nova cidade foi pensada tendo em mente a higiene e a limpeza, como factores de saúde pública. O arejamento e a luz foram considerados factores importantes para tornar as zonas urbanas menos vulneráveis ás doenças.

A construção dos prédios passou a adoptar a, célebre e inovadora, estrutura da “gaiola pombalina” como solução anti-sísmica, felizmente, nunca seriamente testada até hoje (e espera-se que por muitos mais anos).
Actualmente continuamos sem saber o que acontecerá aos edifícios se o terramoto se repetisse. Uma empresa portuguesa, a Vítor Cóias e Silva, desenvolveu uma tecnologia contra sismos inovadora. O projecto, testado no Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), é inovador no sentido em que aposta no reforço dos edifícios construídos em alvenaria e madeira, alterando o mínimo na estrutura já existente. Esta solução aplica novos materiais, compósitos e fibras sintéticas, de alta resistência, em vez do betão armado. O desafio está lançado, é crucial aplicar esta nova tecnologia aos edifícios.

1 comentário:

Alfacinha de Portugal disse...

Dizem que um outro é para esperar para breve e se tal ocorrer, será o mesmo «salve-se quem puder». Será que aprendemos alguma coisa que realmente faça a diferença na quantidade de mortes e destruição desde então para cá?

Duvido...