1 de fevereiro de 2007

Não à demagogia

Não quero discutir aqui a questão da legalização da interrupção voluntária da gravidez (aborto). Esse assunto não se enquadra no espírito deste blog. Como é óbvio, eu tenho uma opinião muito concreta e irei expressá-la, através do meu voto, no próximo dia 11 de Fevereiro.

O que me incomoda, e que me levou a fazer este post, é a demagogia com que os movimentos, pelo sim e pelo não, debatem as suas posições. Para ilustrar o que acabo de dizer deixo aqui um cartaz, de um movimento pelo "Não", que é pura demagogia.

Neste cartaz, podemos ver uma mãe com um bebé nos braços. Reparem que é um bebé, não é um feto abortado. E diz-se assim: “Não corte por aqui”.

Eu até podia entender a mensagem se ela fosse destinada a combater o abandono, os maus-tratos, a pedofilia, a pornografia, o tráfico de crianças, entre outras coisas terríficas que, certas criaturas fazem com os filhos. Agora, comparar o aborto, realizado até ás 10 semanas, com esta relação… é pura demagogia. Assim, é propaganda enganosa!

Gostava de saber a opinião dos meus colegas, de Design de Comunicação, sobre esta estratégia…

7 comentários:

Anónimo disse...

Ja tinha visto este poster...fiquei chocada. Acho que é uma abordagem terrível. Quase tão mau como uns stencils que fizeram pelo chão nas ruas de lisboa que têm uma imagem de um feto e dizem "sou um feto de 10 semanas, não me pise, não me mate". O que está em causa é a DESPENALIZACAO, no entanto os outdoors que vejo por ai, nomeadamente dos movimentos do não, centram-se na questão dos bébes, esquecendo-se que o que está verdadeiramente em causa neste referendo é o respeito pelas mulheres que decidem fazer um aborto porque têm mesmo de o fazer, o que já por si só é uma escolha muito dificil e nunca é tomada de ânimo leve. Há certas coisas que são de um profundo mau gosto e só desviam a atenção das pessoas para assuntos que não estão relacionadas com o cerne da questão. E não estou só a falar da campanha ao referendo a IVG. Vejo isso a acontecer demasiadas vezes no area do design de comunicação e revolta-me.

Atom Ant disse...

Concordo absolutamente.

Anónimo disse...

Gostava de saber entao, quem é que se preocupa com os fracos, e se uma criança de 10 semanas nao é igual a uma de 1 ano.

Serão restos de comida o que a mae transporta?
Gastem o dinheiro a apoiar as mães.

Tenho vergonha de viver num pais que prefere o mais facil ao que está certo..
abortar em vez de ajudar..

Atom Ant disse...

Caro anónimo(a), comecei por afirmar que não era o lugar para discutir o aborto. Portanto, não o vou fazer agora. A minha intenção foi apenas discutir a estratégia usada na campanha do não, os argumentos e os cartazes usados. Sobre isso, já sabe a minha opinião.

Em democracia, temos direito à nossa opinião mas, devemos respeitar a opinião da maioria. Há 8 anos atrás ganhou o não, hoje ganhou o sim. Se será bom, ou mau, veremos com o tempo!

Anónimo disse...

Concordo em pleno consigo (post) e pelo que o 1º anómino disse.

A estratégia utilizada nas campanhas de quase todos os grupos pelo "Não", são argumentos demagogicos e que não vão à verdadeira questão do referendo e onde as imagens das campanhas em outdoors, mupis, etc., são o reflexo desses mesmo argumentos.

Eu pessoalmente como designer, era incapaz de fazer uma campanha destas, não só porque iria contra as minhas ideias, como iria estar a enganar as pessoas.

Dutolis disse...

As opiniões pessoais em relação à interrupção voluntária da gravidez, trouxeram ao de cima a ignorância em relação a um assunto que tem tanto de doloroso, quanto de polémico.
As tais campanhas erraram em algumas coisas e concorodo que essa é particularmente desagradável, porque tal como é afirmado no post, pode confundir-se com outras campanhas, (em que realmente a imagem em causa se adquaria muito mais, mas enfim, os tais "lobbys" usam e abusam de iconografia profundamente desadequada.
Concordo com o que foi dito em relação à campanha. Quanto a interpretações acerca do assunto... esta lei não vem permitir o aborto, vem apenas evitar que um segundo crme fique ligado à imagem da mulher, (que tendo de se sujeitar a tal coisa, ica ainda por cima com um rótulo de "assassina" no seu cadastro criminal, coisa que me parece não ficar bem quando a dita mulher se candidata a um novo emprego e lhe é pedido registo criminal...digo eu!

Anónimo disse...

Eu não entendi. Essa propaganda é contra aborto? Onde diz isso? Só li mulheres em ação...
Pq se for não achei coerente, nada tem a ver, ficou apelativo sei lá.
Mas se olharmos pelo lado de que a mãe que aborta não terá esta relação mãe e filho aí está corretíssima hein?!
As pesquisas recentes mais sérias provaram que um bebê com apenas 8 semanas já tenta se defender e escapar da morte (aborto). Tem um vídeo com imagens, mostrando isso, no Youtube.
De qker forma onde bate um coração já existe uma vida, esta está em constante crescimento e um dia irá refletir, será alguém. E seus instintos já são aguçados desde antes de nascer inclusive já sabe o que é dor assim que já possui um coração.
É isso!
Um abraço
Fran