Ler no ecrã não é igual a ler em papel. Por isso, nós (autores de conteúdos online) devemos adaptar a forma como escrevemos à forma como os nossos leitores lêem os nossos textos. Agger afirma que a leitura em ecrãs é mais lenta (alguns estudos apontam para uma taxa de 25% de diferença), o que poderá provocar, com maior frequência, o desinteresse dos leitores. Agger refere-se aos leitores como “Informavores”, usando a expressão de Jakob Nielsen, que apenas procuram o perfume da informação.
Esta discussão remete para uma outra, também muito activa e cheia de controvérsia, sobre o futuro do papel. Será que poderemos vir a ter, no futuro, um mundo sem papel?
Ler mais sobre esta questão em “A paperless world?”.
As principais recomendações, para boas leituras online, apontam para:
- Textos em lista de tópicos;
- Uso ocasional do negrito (bold);
- Sub-títulos informativos;
- Evitar trocadilhos;
- Frases curtas;
- Uma ideia por parágrafo;
- Fontes simples (ex: Verdana);
- etc...
Estudos de eye-tracking demonstram que os leitores tendem a evitar grandes e densos blocos de texto. Num artigo, muito interessante, chamado “Eyetracking points the way to effective news article design”, da autoria de Laura Ruel e Nora Paul, podemos observar alguma análises feitas a diversos sites, usando o eye-tracking, e perceber quais são as características a evitar e as a reter.
Para além da organização dos conteúdos na página, o estudo ainda apresenta uma curiosidade, que achei muito engraçada e que tem que ver com as imagens usadas nas páginas. Reparem, na imagem do jogador e nas áreas mais observadas, por homens e mulheres.
Ao que parece, os homens olham mais para as partes genitais, dos outros homens, do que as mulheres… ????
huuummmmm…
3 comentários:
Muito legal o artigo! É engraçado ver como alguns sites que apresentam assuntos semelhantes colocam o texto de forma completamente ilegivel ao usuários.
Mas percebi uma tendência de minha parte que, mesmo na leitura do papel, alguns tóticos possuem leitura mais lenta que os outros, de acordo com o meu grau de familiarização do conteúdo.
Naturalmente, a nossa leitura é influenciada por outros aspectos extrínsecos ao design das páginas. Os interesses pessoais, motivações, hábitos, conhecimentos e experiências prévias, entre outras variáveis, acabam por produzir efeitos notórios.
Muitas vezes, o que acontece é que, quem escreve, escreve para si próprio e esquece-se de que os seus leitores podem ter outros processos, outros interesses e outras disponibilidades...
Vale a pena, por isso, pensar o blog como um processo de design de comunicação que deverá ser, antes de mais, um bom projecto, com boa usabilidade, acessível e interessante.
Para garantir usabilidade nada melhor que convidar os usuários para um teste.É rápido, barato e relativamente simples.
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