29 de abril de 2009

O papel das metáforas no design de produto

É mais do que reconhecido o importante papel das metáforas no design. Não resisti, por isso, a reproduzir uns exemplos curiosos, de metáfora e "contra-metáfora", aplicados ao universo dos telefones, que encontrei no blog nitroglicerine.


O primeiro exemplo é a transposição, para os telefones públicos fixos, da metáfora dos telefones móveis, feita pela Telefónica Telecomunicaciones Públicas. Esta intervenção assume-se como uma tentativa para revitalizar um produto que parecia destinado a desaparecer, acrescentando-lhe funcionalidades, como os sms, entre outras, típicas dos telefones móveis actuais.


O segundo exemplo, que é o inverso do anterior, faz a transposição da célebre cabine telefónica inglesa para os telefones móveis.

Se, no primeiro caso, eu entendo o esforço, neste último caso, na minha opinião, acabou por se produzir uma solução absolutamente kitch.

Para começar, interessa definir o que é uma metáfora. Uma metáfora, na prática, descreve um determinado sujeito como sendo igual, de alguma forma, a um outro objecto. São, por isso, um recurso muito comum na literatura e na poesia mas, também, no design.

"metaphor describes a first subject as being or equal to a second object in some way".

O problema do uso das metáforas é que estão circunscritas no tempo, no espaço e na cultura. Naturalmente, os designers, devem manter-se atentos ao surgimento, bem como ao desvanecimento, das metáforas. Porém, alguns casos são bem complicados de resolver, pois não sabemos quando os utilizadores estarão receptivos a largar o imaginário antigo e disponíveis para actualizar os seus modelos mentais.

Veja-se o caso do ícone para "save" (gravar), nas interfaces dos softwares.
Há quanto tempo a velha disquete desapareceu de uso?
Porque se mantêm então esta metáfora em uso?
Qual será a alternativa mais viável?...
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