Podemos definir o termo wayfinding como um processo que envolve o uso de informação espacial e ambiental para “navegar” até um destino. Quer se trate de “navegar” num parque florestal, num campus universitário, num centro hospitalar ou num Web site, estão sempre presentes 4 etapas:
1) Orientação: refere-se à consciência do posicionamento do indivíduo, face aos elementos que lhe estão próximos e ao destino. A orientação pode ser facilitada se for possível dividir o espaço global em porções menores e bem identificáveis. Desta forma, será mais eficaz a construção de um mapa mental. Podemos alcançar este objectivo através da sinalização, que ajuda a criar sub-espaços únicos, ou através da existência de características próprias do espaço, identidades memoráveis, podem constituir pistas importantes para a orientação. A sinalética é uma das ferramentas, mais fáceis, que podemos usar para transmitir ao indivíduo a informação sobre qual a rota a adoptar.
2) Escolha da rota: refere-se à escolha de um caminho que nos leve até ao destino desejado. Esta escolha é facilitada se não houver grande número de caminhos alternativos e se houverem pistas suficientes para fundamentar a escolha. Sempre que existam cruzamentos de caminhos é importante haver informação (sinalização) para diminuir as dúvidas. Os caminhos curtos são preferidos face aos longos, por isso, devem ser destacados os caminhos mais curtos, mesmo que sejam mais complexos que os longos. Se o espaço for muito complexo, muito grande ou muito idêntico, deve ser considerado o uso de mapas. Os mapas também são particularmente úteis em situações de emergência ou de grande stress, onde não há tempo, nem disponibilidade, para pensar muito sobre o espaço.
3) Observação da rota: ao longo do caminho, o espaço vai sendo observado e analisado. Vamos andando e confirmando se estamos a ir no sentido desejado. Se o percurso de navegação for claro, com princípio, meio e fim, e seguir uma lógica clara, saberemos sempre onde estamos. Isso pode ser facilitado se, o caminho passado e o futuro estiverem, de alguma forma, presentes. Para isso, devem sempre ser dadas informações visíveis sobre a nossa posição actual no todo. A existência de características marcantes, relativas aos caminhos seguídos, é fundamental para os casos em que, por alguma razão, nos enganamos e temos que voltar atrás.
4) Reconhecimento do destino: quando chegamos ao destino temos que o reconhecer… para saber que já chegamos! Este reconhecimento será tanto melhor, quanto se perceba que aquele ponto é o final de uma rota. Caso contrário, até podemos confundi-lo como mais uma etapa do caminho. Podemos melhorar esta identificação se, para passar por ali, tivermos que ultrapassar alguma barreira, se alguma coisa nos disser que ali é uma meta e/ou se aquele ponto tiver uma identidade clara e bem definida.
Contudo, este processo de wayfinding não é coisa simples. Existem erros, distorções e atalhos que interferem na navegação, por exemplo: o viés do ângulo recto, as heurísticas da simetria, da rotação, do alinhamento e da posição relativa...
3 comentários:
Andaste a ler umas coisas... muito bem, cara colega!
:)
qual sua fonte?
Quando se refere a fonte é a fonte bibliográfica, certo?
Algumas referências bibliográficas sobre "wayfinding":
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MacEachren, Alan M. (2004). How Maps Work: Representation, Visualization, and Design. Guilford Publications, Inc. ISBN 157230040X, 9781572300408
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