5 de outubro de 2007

Métodos de avaliação em design #07



> métodos e técnicas:

6) Entrevistas com utilizadores

Conversar com os utilizadores dos produtos que concebemos pode ser uma óptima forma de descobrir o que eles pensam das nossas propostas. É uma maneira, entre outras, de conhecer as suas necessidades, capacidades, limitações e cultura mas, também, o contexto onde esses produtos serão usados.

Estas conversas podem ser mais ou menos formais, mais estruturadas ou mais livres, em função do tipo de informação que desejamos obter e dos objectivos do nosso estudo. Nesse sentido, podemos optar por entrevistas livres, semi-estruturadas ou estruturadas. Numa entrevista livre, o investigador deixará a conversa fluir livremente, ao sabor da corrente. Muito embora, desta forma, seja possível ficar a conhecer aquilo que os utilizadores pensam, é preciso ter consciência de que os dados que daí resultam são especialmente difíceis de analisar e que, em alguns casos até podem nem tocar nos pontos mais quentes da questão. As entrevistas semi-estruturadas e estruturadas, que implicam questões previamente pensadas, permitem abordagem mais sistematizadas. Em alguns casos, o uso de um questionário pode ser mais fácil de implementar e permitir, ainda assim, a obtenção de informação suficiente. Apesar das desvantagens, as entrevistas são um método muito versátil para obter informação e podem ser usadas a qualquer altura do processo projectual. No entanto, também são demoradas e requerem a presença do investigador que, por si só, pode representar uma grande influência sobre as respostas dos participantes.

Em alguns tipos de estudos pode se justificar a realização de um estudo preliminar. Este estudo é realizado em pequena escala e tem por objectivo obter informação relevante para a entrevista principal. Este estudo preliminar também pode ser efectuado realizando entrevistas.

Uma questão, sempre sensível, é a selecção da amostra que irá participar no estudo. Sempre que possível, esta amostra deve ser representativa do universo, caso contrário, pode produzir enviesamentos. A dimensão da amostra depende do tipo de estudo e da importância do trabalho. Mas, essa é uma questão para outro dia, assim como a importância da redacção correcta das perguntas a colocar.

Livro recomendado:

Hill, Manuela & Hill, Andrew (2005). Investigação por questionário. Edições Sílabo. ISBN: 972-618-273-5

Links úteis:

Nondirected Interviews: How to Get More Out of Your Research Questions. by Mike Kuniavsky

Face to Face With Your Users: Running a Nondirected Interview. by Mike Kuniavsky

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