A tradução literal da palavra Chindogu reforça essa noção de design desnecessário: “Chin” significa estranho, ou pouco comum, e “dogu” significa ferramenta.
Na verdade, as soluções criadas, segundo a filosofia do Chindogu, são tão absurdas que ninguém, no seu perfeito juízo, se atreverá a usá-las. E, se o fizer, irá experimentar, certamente, grandes dificuldades. No entanto, apesar de o Chindogu não se destinar a ser usado com o mero propósito da sátira, essa, parece ser a sua função natural mais óbvia.
Apesar de ser conceptualmente livre e de se dedicar a ridicularizar o mais simples bom-senso, o Chindogu assenta em 10 princípios básicos, que devem ser respeitados:
1) Um Chindogu não se destina a uso real;
2) Um Chindogu tem que existir;
3) O espírito de anarquia é inerente a cada Chindogu;
4) Os Chindogus são ferramentas para a vida quotidiana;
5) Os Chindogus não são para venda;
6) O humor não deve ser a única razão para criar um Chindogu;
7) Um Chindogu não é propaganda;
8) O Chindogu não pode ser um taboo;
9) Um Chindogu não pode ser patenteado;
10) Um Chindogu é-o sem preconceitos.
Na minha opinião, o Chindogu, pode ser uma excelente forma de criticar o consumismo, a obsolescência, o design fácil e inconsequente, assim como, a ideia de que é possível facilitar a vida comprando mais uma engenhoca qualquer. Por isso, apesar de algumas das soluções criadas no espírito Chindogu serem verdadeiramente hilariantes, eu não considero esta questão um mero divertimento. Se levada a sério, esta forma de encarar o design, pode ser muito produtiva. Especialmente como ferramenta para estimular a imaginação e a criatividade dos designers, ou, para salientar aspectos ridículos da nossa vida, que nem sempre são criticados como merecem.
O Chindogu é, por isso, uma ferramenta com bastante potencial educativo…
Para saber mais:
http://www.designboom.com/history/useless.html
http://www.japaninc.com/article.php?articleID=762
http://website.lineone.net/~sobriety/
http://www.chindogugallery.com/
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