Hoje foi o meu último dia de aulas, neste ano lectivo de 2005/06. Como é habitual, as entregas de trabalhos foram marcadas para hoje e, também como é habitual, surgiram inúmeros casos de alunos sem trabalho para entregar! É a época dos “zombies”, tal é o estado de fadiga, stress e pânico em que alguns alunos entram… No meio da conversa e das desculpas surgiram as inevitáveis queixas de dores de costas, de pescoço, de mãos/punhos e olhos… Coisas de quem já há dias não vai à cama e passa horas sem fim ao computador. Parte deste drama poderia ser evitado por um bom planeamento das tarefas e também pelo uso de equipamento adequado. Um dos principais motivos para a baixa produtividade pode ser o uso generalizado, pelos alunos, de computadores portáteis.
Calcula-se que tenham sido vendidos 49 milhões de notebooks em todo o mundo, especialmente na Europa e Estados Unidos. Muito embora estas sejam boas notícias para os fabricantes e comerciantes são preocupantes para os ergonomistas. Pois, como sabemos, os portáteis são os principais responsáveis pelas queixas dos utilizadores dos computadores. As suas reduzidas dimensões implicam teclados e ecrãs inapropriados para um uso frequente e diário. O maior problema é a distância reduzida entre o teclado e o ecrã. Se optarmos por colocar o ecrã à altura dos olhos (o que é correcto) estamos a criar uma postura insuportável ao nível dos ombros e braços. Também as nossas mãos e pulsos adoptam posições incorrectas para se moverem no pequeno teclado, podendo, como consequência, ocorrer uma sensação de dormência nos dedos.
Os portáteis nunca foram concebidos com a intenção de substituírem os PC’s tradicionais mas, aquilo que se vê, é um uso cada vez mais extenso (eu própria uso o meu portátil como computador de trabalho diário). Alguns investigadores acusam os portáteis de causarem lesões músculo-esqueléticas, danos oculares e até impotência.
Já existem algumas propostas interessantes de “portáteis ergonómicos” mas, a maioria das soluções passa sobretudo pelo design de acessórios. Estamos, portanto, na presença de um importante desafio para designers e ergonomistas: a concepção de um portátil que respeite as características humanas!
Já me ocorreram algumas ideias para resolver este problema… que tal pormos mãos à obra?
3 comentários:
Enquanto não se inventam os portáteis "ergonómicos", podemos tentar alterar nós próprios a forma como usamos estes computadores:
http://www.ivogomes.com/blog/base-para-o-portatil/
Pois é Ivo... eu já tinha visto essa tua sugestão e gostei bastante. Eu costumo usar a caixa dos óculos para esse efeito ;)
É preciso é usar a imaginação... Mas não deixa de ser um grande desafio.
Uma sugestão para este problema ergométrico é adaptar um teclado convencional no notebook. Também tenho dormência nos dedos.
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